6 de set. de 2009

Barracas

É raro não acontecer algum contra-tempo numa trilha. Estamos sujeitos a mudanças climáticas, "micro-climas", pequenos arranhões etc mas, o que podemos (e devemos!) fazer neste caso, é minimizar os efeitos causados por estas "pedras no caminho".

A escolha de uma barraca adequada torna-se imprescindível para isso pois, uma boa noite de sono, pode "salvar" seu dia! Para tal, devemos levar em conta alguns fatores como o material, o peso, o tamanho e o modelo.


CANADENSE

Modelo antigo onde a armação é de alumínio ou mesmo ferro e a cobertura de uma espécie de lona impermeabilizada que não resiste a muita chuva e pesa de mais. Totalmente obsoleta e inapropriada para a prática do trekking devido ao seu peso e ao espaço que ocupará em sua mochila.


IGLU

Confeccionada de material sintético, leve e durável, possui armação de fibra de carbono ou fibra de vidro. Leve e prática, geralmente possui duas longarinas que se cruzam em X e sustentam a barraca. Este modelo é o preferido dos praticantes de trekking devido ao baixo custo e poucos volume e peso.
Para as trilhas realizadas no Brasil onde as temperaturas não costumam castigar tanto durante a noite, esta barraca tornou-se ideal para os praticantes de trekking.


TUBULAR


Modelo ainda mais leve e normalmente de material um pouco pais pesado pois estas, foram idealizadas para temperaturas mais baixas. Possui um volume menor o que resiste com mais facilidade aos fortes ventos e a temperaturas mais baixas.

Existem outros modelos de barraca porém, vamos nos ater ao que nos interessa que é o trekking. Por isso não irei me alongar em relação aos demais modelos e sim, as dicas importantes para nossa realidade.

1- Alguns modelos possui sobre-teto total e outros, sobre-teto parcial. É importante estar atento para isso pois todo o "pouco" conforto que conseguirmos será importante. No frio da madrugada, ocorre a condensação devido a diferença térmica. Se sua barraca possui sobre-teto total, estas gotas de água certamente se acumularão nesta parte e irão escorrer para o chão mas, se o sobre-teto for parcial, estas gotas escorrerão pela lateral de sua barraca e, ao menor contato com a pele ou com o saco de dormir, começará a pingar no interior. Uma noite mal dormida pode lhe trazer um dia mal humorado.

2- Na hora de montar, certifique-se de que a barraca encontra-se perfeitamente esticada. Isso é importante pois em caso de chuva ou condensação, não existirão rugas que impedirá o escoamento e certamente, irá vazar para dentro da barraca.

3- Veja sempre a inclinação do terreno. Lembre-se que terrenos baixos podem gerar poças em caso de chuva. O ideal é um meio termo e, se não for uma área própria para o camping, uma saída é improvisar uma pequena valeta ao redor da barraca para o escoamento.

4- Esteja atento a posição do vento predominante se estiver próximo de algum pico ou em terrenos altos. Observe as folhagens. Barraca sempre de lado para os ventos predominantes a fim de oferecer menos resistência.

5- Evite lavar a barraca. E último caso, um pano macio e úmido dá conta do recado.

6- Cuidado com a limpeza interna. Evite areia e mato por dentro pois estes pequenos intrusos podem danificar o zipper e estragar o mesmo.

7- Se você comprou uma barraca nova, monte ANTES da trilha para verificar se os componentes estão todos em ordem. Já fui a uma trilha e na hora de montar acampamento descobrimos que a barraca não veio com o sobre teto. Dormir olhando as estrelas é bom mas, torcer para não chover........

16 de ago. de 2009

MOCHILAS

Existe uma grande variedade de mochilas no mercado específicas para as várias modalidades de trekking. Deve-se estar atento para a escolha da mochila correta para cada tipo de trilha.

As mochilas pequenas, com capacidade de 20 a 30 litros (conhecidas como mochila de ataque), são muito utilizadas para trilhas pequenas, do tipo “bate e volta” onde se acomoda apenas um cantil, um lanche, lanterna, etc... Dê preferência as que possuam presilhas no abdome ou no peitoral. Isto evita que ela fique “sambando” no decorrer da trilha e evita indesejáveis incômodos.

Para trilhas em que o pernoite se faz necessário, já se priorizam as mochilas cargueiras.

Possuem normalmente mais de 60 litros e alguns detalhes a serem levados em consideração, como:

-TAMANHO: No mínimo 55 litros. Não esqueça que teremos vários objetos a serem acomodados. Teremos barraca, saco de dormir, isolante, fogareiro, alimento, agasalho, etc...

-MATERIAL: Dê preferência as de material impermeabilizado. Temos de ter em mente que estaremos em uma trilha e, portanto, em local aberto, em geral em altitude e sujeito as mudanças do tempo e aos micro-climas da cada local. Evite também aquelas mochilas batarinhas compradas em feirinhas. Nada contra, apenas, estas não foram feitas especificamente para o trekking. A mochila correta possui barrigueira ajustável e acolchoada (ela divide o peso para os quadris) e, regulador de altura, costuras reforçadas, acolchoamento isolado para a região lombar e zíper coberto. Tudo isso torna a trilha MUITO mais fácil. Nada pior que, no meio da trilha, uma alça arrebentada...

-CAPA: Existem modelos com uma capa interna que envolve toda a mochila. São eficientes, mas se o seu modelo não possuir esta capa acoplada, existe no mercado capas de diversos tamanhos para se adaptar a sua mochila. Acredite, é muito ruim não possuir roupas secas após armar sua barraca. Evite também pendurar objetos pelo lado de fora de sua mochila. Estes objetos podem prender em pontas de pedra ou em galhos e até causar um acidente. Lembre-se: mochila não é árvore de natal!

-ARRUMAÇÃO: Durante uma trilha longa, existem algumas técnicas para arrumação de uma mochila. Arruma-la deitada e “forrar” as costas com roupas e agasalhos, previne incômodos de outros objetos em contato com a região lombar. Leve em conta o centro de gravidade também. Na subida, peso em cima e, na descida, peso embaixo.

11 de ago. de 2009

Bússola


No trekking, a utilização da bússola é muito pouco difundida. Em sua maior parte a trilha encontra-se demarcada, sinalizada ou cabe ao guia, o conhecimento do terreno em que se encontra.

Outro fato é que a bússola pode nos dar a direção e o azimute do ponto (alvo), mas devemos levar em conta que ela traça uma reta e na trilha, dificilmente encontramos uma linha reta até o objetivo. Encontramos sempre obstáculos naturais a serem contornados, grutas, rios, etc...

Porém, é sempre interessante ter uma bússola a mão e o principal, saber se orientar por ela.

Algumas dicas da utilização de uma bússola:

-Ao usar a bússola, deve sempre colocá-la o mais na horizontal possível. Se fizer leituras com a bússola inclinada estará cometendo erros. O polegar deve estar corretamente encaixado na respectiva argola, com o indicador dobrado debaixo da bússola, suportando-a numa posição nivelada.

O que é azimute?

Um azimute é uma direção definida em graus, variando de 0º a 360º. Existem outros sistemas de medida de azimutes, tais como o milésimo e o grado, mas o mais usado pelos Escoteiros é o Grau. A direção de 0º graus corresponde ao Norte, e aumenta no sentido direto dos ponteiros do relógio.


Tipos de azimutes

1) Azimute Magnético: quando medido a partir do Norte Magnético (indicado pela bússola)

2) Azimute Geográfico: quando medido a partir do Norte Geográfico (direção do Pólo Norte)

3) Azimute Cartográfico: quando medido a partir do Norte Cartográfico (direção das linhas verticais das quadrículas na carta).

Como determinar o azimute magnético de um alvo

Querendo-se determinar o azimute magnético de um alvo usando uma bússola há que, primeiro, alinhar a fenda de pontaria com a linha de pontaria e com o alvo. Depois deste alinhamento, espreita-se pela ocular para o mostrador e lê-se a medida junto ao ponto de referência.

Todo este processo deve ser feito sem deslocar a bússola, porque assim alteraria a medida. O polegar deve estar corretamente encaixado na respectiva argola, com o indicador dobrado debaixo da bússola, suportando-a numa posição nivelada.

Como apontar um azimute magnético

Querendo apontar um azimute magnético no terreno, para se seguir um percurso nessa direção, por exemplo, começa-se por rodar a bússola, constantemente nivelada, de modo a que o ponto de referência coincida com o azimute pretendido. Isto é feito mirando através da ocular para o mostrador. Uma vez que o ponto de referência esteja no azimute, espreita-se pela fenda de pontaria e pela linha de pontaria, fazendo coincidir as duas, e procura-se ao longe, um ponto do terreno que possa servir de referência. Caso não haja um bom ponto de referência no terreno, pode servir bastão da patrulha que, entretanto, se deslocou para frente do azimute e se colocou na sua direção.

Como marcar um azimute numa carta

Para marcar um azimute numa carta, basta usar um transferidor. Coloca-se a base do transferidor (linha 0º - 180º) paralela às linhas verticais das quadrículas da carta e o ponto de referência sobre o ponto a partir do qual pretendemos traçar o azimute. De seguida faz-se uma marca na carta mesmo junto ao ponto de graduação do transferidor correspondente ao ângulo do azimute que pretendemos traçar. Por fim, traçamos uma linha a unir o nosso ponto de partida e a marca do azimute.